quinta-feira, 10 de setembro de 2015

AS RAZÕES QUE A PRÓPRIA RAZÃO DESCONHECE

AS RAZÕES QUE A PRÓPRIA RAZÃO DESCONHECE

"Ao ler muito rápido não há concentração para interpretar o que se lê. 
Ao ler muito devagar presta-se mais atenção no significado de cada
palavra e não no conjunto como um todo".


O gênio Blaise Pascal, filósofo francês (1623-1662), coloca que a razão pode, sem dúvida, tomar conhecimento da dualidade que dilacera a vida humana até em suas manifestações mais íntimas, mas não pode fazer nada  para superá-la. Somente a fé cristã pode explicar ao homem a origem da ruptura e dar-lhe a graça de saná-la. 

A razão, conceituada em seu sentido geral, como a faculdade de conhecimento intelectual próprio do ser humano que se contrapõe ao entendimento da emoção, nos leva a célebre frase de Pascal "O coração tem razões que a própria razão desconhece". Nesse sentido razões são as emoções do coração e razão é a consciência intelectual e moral da percepção das coisas. A dualidade existente na vida humana, miséria e grandeza, provoca uma tensão muito grande  que o homem por si só não consegue equilibrar. Necessita de algo exterior para se obter o equilíbrio. Nessa complexidade da condição humana entre o bem (grandeza) e o mal (miséria), a fé no seu criador torna-se um pilar de sustentação e equilíbrio para o existir do homem. Sendo a fé, conceituada como o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem, logo partimos do princípio de que a fé passa pelas razões do coração.


(...) As grandezas e as misérias do homem são tão visíveis que é preciso que a verdadeira religião nos ensine, por um lado, que há algum grande princípio de grandeza no homem e, por outro, que há um grande princípio de  miséria (...)


Essa insuficiência humana no remete a refletir as questões do nosso cotidiano. 

Que linguagem estamos interpretando diante das coisas e fatos que nos cercam?

Que tipo de leitura estamos fazendo diante das situações adversas em que estamos inseridos?

O homem, na sua condição miserável que é fundamentalmente nuclear e conectada ao amor de si próprio, que acarreta as demais misérias presentes na humanidade tem agido de forma insana, onde presenciamos uma sociedade em que a justiça muitas vezes não se consegue fazer justiça. A violência tem se destacado a cada dia tornando quase que comum na vida diária. Vivenciamos uma sociedade com valores e senso de justiça questionáveis. Diante de uma realidade tão complexa como a que vivenciamos hoje, nossa esperança está na grandeza humana refletida pelo resto de luz do nosso Criador, Deus, que nos confere o poder da verdadeira reflexão.

Refletindo sobre esta questão, no livro Ousar Ser de Isabel Abecassis Empis, em seu prefácio, aborda que: "Uma boa certeza quando se vivem tempos incertos é saber que podemos procurar e encontrar novas respostas para os novos desafios dentro de nós"."Numa altura em que as ciências exatas são postas em causa pelas sucessivas catástrofes que assolam o mundo, e em que os mercados econômicos mundiais demonstram uma enorme instabilidade, é muito consolador podermos virar-nos para dentro e interrogarmo-nos sobre o sentido da vida. Sobre aquilo que nos faz crescer, fortalecer e ser verdadeiramente felizes". Nesse sentido o coração tem razões que a razão pode conhecer pois considerando o querer ter bem estar, esse divórcio entre a razão e a emoção que está na base de comportamentos compulsivos deve ser trabalhados. Onde se deve buscar a articulação crescente entre a razão e a emoção como resposta e caminho a trilhar para domarmos as nossas compulsões.

Sim. Voltamos ao nosso Criador. Que nos dá condições de fato de podermos desenvolver o poder que temos dentro de nós sobre as nossas reações às nossas emoções. Focando no que realmente nos interessa, a felicidade , saúde e bem estar que implica de fato, sermos capazes  de adaptar á realidade acima de nossos desejos imediatos e dos comportamentos emotivos reativos.

Diante de toda esta complexidade humana de fato há razões que a própria razão desconhece. Porém, se faz necessário que sejamos capazes de ser bons leitores das condições humanas da vida e centrar no querer do bem estar de si próprio e do próximo. Buscando agir com o coração, mas com a orientação e o conhecimento da mente desenvolvendo assim cada vez mais a inteligência emocional. Equilibrando a razão e a emoção de forma a proporcionar um crescer em saúde física, familiar, social, profissional dentre outros. Não valorizando assim, as razões fugidias, subterrâneas, obscuras, submersas nos porões de algumas mentes doentias, insistindo em vicejar, como opróbrio do ser humano, que constitui as mazelas de alguns e pode ser a vergonha de outros, os retos de espírito.

Sendo assim, nesta visão, quando começamos a refletir e colocar em prática comportamentos que nos direciona a romper com certos paradigmas, somos capazes de descobrir novas formas de funcionar, de nos pouparmos, de nos conhecermos e de entendermos o outro. Valorizando assim, as virtudes humanas, a força do amor, sua capacidade de realização, a solidariedade, a empatia para com o próximo, a liderança em fazer o bem, etc. 

Que em nosso criador cada um de nós possamos encontrar respostas significativas para a nossa existência...



Autora: Fátima Soares Ribeiro
Texto elaborado com base  em outros artigos pesquisados na internet.







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